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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Mostras que revelam a diversidade das artes estarão abertas no Paço Imperial
A Lama: De Mariana ao Mar - Cristiano Mascaro
Cinco exposições que levarão o público a experimentar a diversidade das expressões artísticas e culturais do Brasil estarão abertas para visitação no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, a partir do dia 21 de setembro. As mostras individuais Na sala do trono, o ritual beija-mão, de Viviane Teixeira, Entre o Céu e Água, de Renato Bezerra de Melo, Moderna Para Sempre, do Itaú Cultural, a Mostra de Marcone Moreira e A Lama: De Mariana ao Mar, de Pedro Mascaro, estarão disponíveis para o público até o dia 20 novembro.

As exposições e a diversidade das artes
The queen seated inside her castle – a Sala do Trono destaca o chamado ritual beija-mão que tratava-se de uma cerimônia pública na qual o monarca, na época do Brasil colonial, permitia que seus súditos, fossem nobres ou plebeus, beijassem sua mão como sinal de reverência, mas também de subordinação. Nessa ocasião havia um protocolo específico a ser seguido: a pessoa adentrava no recinto, aproximando-se lentamente, ajoelhava-se diante do rei, para então beijar-lhe a mão direita estendida. Em seguida levantava-se, fazia outra genuflexão e se retirava pelo lado oposto.
As pinturas da artista Viviane Teixeira retratam essa cerimônia que exercia enorme fascínio na população. O beija-mão chegou a ser tão popular no Brasil que se prolongou pelo restante do século, perpetuando-se por todo o Império. Além das referências históricas, fazem parte ainda do universo poético de Viviane Teixeira as fontes literárias, a atmosfera das artes cênicas, as iconografias das cartas de baralho e do jogo de xadrez, assim como da história da arte, tudo isso associado a memórias afetivas e à maneira peculiar como a artista elabora o cruzamento desse reservatório de narrativas e imagens, criando um mundo arquetípico próprio.
Entre o Céu e Água, com curadoria de Marcelo Campos, faz parte de um projeto iniciado em 2014 em Lisboa, no Carpe Diem Arte e Pesquisa, no qual o artista apresentou um grande monumento aquático, flexível, feito com centenas de rolos de papel coloridos empilhados sobre uma longa mesa. A obra que chamou atenção dos portugueses, volta a ser exibida, no Rio de Janeiro, junto com três vídeos marinhos feitos para a ocasião.
No desdobramento de sua pesquisa para a exposição carioca, Renato fez crescer a sensação marítima projetada em Lisboa com a criação de novos trabalhos relacionados ao oceano atlântico. Dentre eles, dois importantes conjuntos de bordados, representando os primeiros mapas do continente sul-americano e os monstros marinhos que povoavam os mares, na infância das cartas náuticas.
Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira a exposição que tem curadoria do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava é itinerante e traz, no total, 135 obras do acervo de fotos modernistas do Itaú Cultural, incluindo três inéditas, recém-adquiridas pelo instituto – Sem Título (1950), de Eduardo Salvatore, Sem Título (s.d.), de Marcel Giró e Elos (1950), de Mario Fiori.
Os trabalhos são assinados por 32 artistas que pertenceram ao movimento fotoclubista brasileiro, lançado no final da década de 1930, na capital de São Paulo. Todas as obras, nesta exposição, remontam aos anos 1940 e 1970, quando na esteira do modernismo europeu e americano, fotógrafos brasileiros entraram na discussão sobre os limites da arte fotográfica.
A Exposição de Marcone Moreira é um trabalho impregnado de histórias e significados que remonta o percurso da mostra do artista, com a ressignificação de objetos do cotidiano. A curadoria é de Moacir dos Anjos e configura um recorte preliminar de cerca de dez anos da carreira do artista, incluindo projetos dos anos 2000 até sua mais recente produção: Território. O trabalho foi desenvolvido especialmente para a mostra. Na obra inédita, Marcone reúne quatro porteiras de fazendas, de quatro diferentes regiões do Brasil, promovendo o encontro delas para que juntas delimitem um novo espaço.
Nessa exposição, o artista reafirma as questões que o inquietam desde o início da carreira: o antagonismo entre o local e o global, o popular e o erudito, o poder econômico e a desigualdade social. De acordo com o curador. Moacir, as obras de Marcone lançam um olhar sobre as tensões do Brasil de hoje, desigual e conflituoso, com marcantes oposições como o direito de propriedade e o direito do trabalho.
A Lama: De Mariana ao Mar traz o registro fotográfico que rememora o desastre ambiental que acometeu a cidade de Mariana (MG) no dia 5 de novembro de 2015, quando uma gigantesca barragem de rejeitos de minério de ferro rompeu inteira sobre o povoado de Bento Rodrigues, em Minas Gerais.
Após a tragédia, a cidade de Bento Rodrigues desapareceu e a lama vinda da barragem destruiu toda a vida existente ao longo de 650 quilômetros de extensão do rio Doce até o mar. O registro fotográfico do percurso da lama feito por Cristiano Mascaro, acompanhado de imagens aéreas produzidas por Pedro Mascaro com um drone, evidencia que o dano ambiental é permanente e que a fotografia documental associada ao compromisso jornalístico de produção de informações são os instrumentos fundamentais para fazer a sociedade refletir sobre sua própria história.
Esse material poderá ser visto em tiragens de grande formato, que revelam em detalhes a extensão e gravidade desta tragédia humana e ambiental, na exposição A Lama: De Mariana ao Mar. A exposição A Lama: De Mariana ao Mar é o resultado de uma parceria entre a Revista Piauí, o Instituto Moreira Salles e o Paço Imperial. A mostra tem curadoria de Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS.
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Local: Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48 - Centro, Rio de Janeiro
Contato: (21) 2215.5231 e 2215.2093

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