Carnaval da Mangueira leva elementos do patrimônio cultural para a Sapucaí
No silêncio da oração, ou no entoar dos cantos, o
sincretismo da fé no Brasil é um dos elementos marcantes que revelam
uma nação construída a partir de sua miscigenação cultural. Desta
herança emerge o culto aos santos e orixás presentes em distintas
crenças religiosas. Do catolicismo ao Candomblé, os protetores
espirituais – muitas vezes os mesmos - recebem veneração dos devotos com
pedidos e agradecimentos com vela acesa no altar ou no Congá.
Só Com a Ajuda do Santo será o tema de enredo
apresentado na Sapucaí pela Estação Primeira de Mangueira durante o
carnaval de 2017. A ideia de abordar essa herança nacional representada
na crença popular partiu do carnavalesco Leandro Vieira e contou com o
apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),
que vem ajudando a Mangueira na pesquisa histórica, social e
antropológica sobre o assunto, aproximando a escola de samba das
comunidades tradicionais.
A parceria é uma das atividades em celebração
aos 80 anos do Instituto, criado em 13 de janeiro de 2017. As ações
conjuntas foram definidas pela presidente do Iphan, Kátia Bogéa, durante
visita à Escola carioca Verde Rosa no mês de novembro. Para ela, é uma
honra ter elementos do patrimônio cultural representados em uma das
maiores festividades do Brasil. “São 80 anos trabalhando na defesa,
preservação, salvaguarda e fomento da memória nacional. Este esforço
coletivo de décadas tem ganhado cada vez mais o reconhecimento da
sociedade, sendo valorizado e difundido para o mundo em eventos
internacionais como olimpíadas, e agora, o carnaval”, destaca a
presidente do Iphan.
Parceria
Pra tudo que é santo vou apelar. Para o santo de casa, para o santo de altar. Vou bater na madeira três vezes, vela acesa, copo d’água. Galho de arruda pra espantar quebranto e mau olhado. É essa pluralidade religiosa presente no enredo mangueirense que o carnavalesco Leandro Vieira quer demonstrar. O Presidente da Estação Primeira, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, declarou sua alegria em receber o apoio do Iphan e demonstrou muita confiança no trabalho do carnavalesco Leandro Vieira.
Pra tudo que é santo vou apelar. Para o santo de casa, para o santo de altar. Vou bater na madeira três vezes, vela acesa, copo d’água. Galho de arruda pra espantar quebranto e mau olhado. É essa pluralidade religiosa presente no enredo mangueirense que o carnavalesco Leandro Vieira quer demonstrar. O Presidente da Estação Primeira, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, declarou sua alegria em receber o apoio do Iphan e demonstrou muita confiança no trabalho do carnavalesco Leandro Vieira.
A parceria com o Iphan terá sequência após o
carnaval. Serão lançados um livro e um vídeo, no estilo making off, a
partir da construção alegórica. O projeto busca apresentar o processo
carnavalesco ancorado em uma das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro – o
samba enredo – registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do
Brasil, em 2007. Do trabalho também resultará a exposição instalada no
segundo semestre deste ano no Paço Imperial (RJ), onde o público poderá
conferir algumas fantasias e alegorias utilizadas na Sapucaí durante o
carnaval da Mangueira.
Patrimônio Imaterial
O sincretismo cultural é objeto de estudo do Iphan realizado por meio do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que resulta na proteção federal e inscrição no Livro de Registro das Celebrações como patrimônio cultural de natureza imaterial. A Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim em Salvador, por exemplo, articula duas matrizes religiosas distintas, a católica e a afro-brasileira. O festejo que agrega novenas e missa solene do catolicismo, também apresenta características de devoção a Oxalá, do Candomblé, com a lavagem das escadarias do adro da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.
O sincretismo cultural é objeto de estudo do Iphan realizado por meio do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que resulta na proteção federal e inscrição no Livro de Registro das Celebrações como patrimônio cultural de natureza imaterial. A Festa do Senhor Bom Jesus do Bonfim em Salvador, por exemplo, articula duas matrizes religiosas distintas, a católica e a afro-brasileira. O festejo que agrega novenas e missa solene do catolicismo, também apresenta características de devoção a Oxalá, do Candomblé, com a lavagem das escadarias do adro da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.
A manifestação cultural dos grupos de Caboclos,
ou Caboclinho – conhecida principalmente por suas atividades no carnaval
pernambucano, é outro exemplo desta integração religiosa. Datada desde o
final do século XIX, simboliza a memória do encontro cultural e da
resistência, sobretudo das populações indígenas e também dos povos
africanos escravizados, que reverbera profundamente na história do
nordeste rural brasileiro. “Esta manifestação cultural que traz
características de sincretismo religioso, foi a mais recente protegida
pelo Iphan, após decisão do Conselho Consultivo do Iphan reunido no
último dia 24 de novembro”, finaliza Kátia Bogéa.
Mais informações para a imprensa - Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Fernanda Pereira – fernanda.pereira@iphan.gov.br / Mecia Menescal - mecia.menescal@iphan.gov.br
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