Ações de cinco estados vencem maior premiação
de patrimônio cultural no Brasil
Amapá, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo: foram destes estados que saíram as oito ações de preservação do patrimônio e da cultura nacional, vencedoras da 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Divididos em quatro categorias, os projetos foram selecionados durante a
reunião da Comissão Nacional de Avaliação, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que ocorreu nos dias 21 e 22 de agosto, em Brasília.
Na categoria I, duas ações de excelência em técnicas de preservação do Patrimônio Cultural foram contempladas. O projeto
Arquivo e Testemunho: Acervo da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro, Porto Alegre (RS), se destacou por preservar, organizar e classificar as obras e documentos que compõem o Acervo de Imagens do Inconsciente da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro. A iniciativa, que alcançou relevância por catalogar esse acervo, também disponibilizou todo material ao público.
Também na categoria I, a ação
Retratistas do Morro - Preservação da Memória Visual do Aglomerado da Serra, de Minas Gerais, ganhou destaque por contribuir para a preservação do patrimônio imagético dos moradores da Comunidade da Serra, em Belo Horizonte, a partir da recuperação do acervo fotográfico dos retratistas João Mendes e Afonso Pimenta, que trabalham há quase 50 anos, registrando o cotidiano dessa população.
Na categoria II, dois projetos de excelência em processos de salvaguarda do Patrimônio Cultural foram escolhidos. A ação
Inventário de Folias Religiosas do Amapá (AP) foi uma das vencedoras, por documentar as Folias Religiosas do Amapá, visando o fortalecimento dessas manifestações como prática tradicional da cultura popular, expressão devocional de festas de santos católicos.
O outro vencedor da categoria II, o projeto
Acervo Maracá, de São Paulo, se destacou por, desde 1991, organizar um acervo que reúne milhares de registros audiovisuais de tradições populares brasileiras de quinze estados do Brasil, contando com mais de 5 mil horas de registros audiovisuais e 50 mil fotos de tradições populares.
Duas iniciativas que objetivam comunicar, interpretar, divulgar, difundir e educar sobre o Patrimônio Cultural, material e/ou imaterial, para as atuais gerações, foram escolhidas na categoria III. O projeto
Encontro Mestres do Mundo, do Ceará, desde 2006, torna possível a vivência da diversidade cultural e a troca de experiências com os mestres da cultura cearense. A iniciativa incentiva a transmissão de saberes e fazeres de homens e mulheres que na sobrevivência de seu cotidiano desenvolveram técnicas, ofícios, brincadeiras, rezas e alimentos, garantindo a tradição e a memória de seus ancestrais.
A ação
Quilombos do Vale do Jequitinhonha (MG): Música e Memória, também vencedora da categoria III, se destacou por recuperar e preservar o patrimônio imaterial da cultura quilombola no Brasil. O projeto permitiu a recuperação e o registro das manifestações culturais, histórias, religiosidade, gastronomia e outros aspectos da cultura afrodescendente. O trabalho resultou em um livro impresso, 30 vídeos de curta-duração, um banco de imagens e um portal na internet.
Na categoria IV, duas ações que visam valorizar e promover iniciativas que demonstrem o compromisso e a responsabilidade compartilhada para com a preservação e/ou salvaguarda do Patrimônio Cultural brasileiro foram vencedoras. O projeto
Porto Digital, de Recife, em Pernambuco, é um parque tecnológico urbano. Fundado em 2000, o Porto resume uma política criada para inserir o estado de Pernambuco no cenário tecnológico global, com foco nos segmentos econômicos nas áreas de tecnologia da informação e comunicação e economia criativa.
A ação
Patrimônio em processo: restauração do Espaço Comum Luiz Estrela, de Minas Gerais, ganhou destaque por aplicar um conjunto de ações preservacionistas, focado no compromisso social, na mobilização comunitária e investimento no potencial humano e comunitário. A iniciativa realiza um trabalho de restauração de um prédio histórico abandonado no município de Belo Horizonte (MG), transformando o local num ponto de cultura, onde são realizadas atividades de formação cultural.
Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
Promovido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1987, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade prestigia, em caráter nacional, as ações de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro que, em razão da originalidade, vulto ou caráter exemplar, mereçam registro, divulgação e reconhecimento público.
Aberta anualmente ao público em geral, incluindo empresas, instituições e ONGs de todo o Brasil, a premiação tem destacado, ao longo dos anos, a diversidade e a riqueza do Patrimônio Cultural Brasileiro, nas suas manifestações e saberes, nas antigas e modernas curvas da arquitetura, ou em surpreendentes paisagens arqueológicas e naturais. Junto a todas elas, muito além da atuação do poder público, está o olhar zeloso de inúmeros parceiros – comunidades, organizações da sociedade civil e empresas – que se mobilizam para a preservação da cultura.
O nome do prêmio é uma homenagem ao primeiro presidente do Iphan, advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade. Ele nasceu em 1898, em Belo Horizonte, e presidiu o Iphan por 30 anos, desde sua criação, em 1937.
Redator-chefe e diretor da Revista do Brasil, Rodrigo Melo Franco de Andrade iniciou a vida política como chefe de gabinete de Francisco Campos, atuando na equipe que integrou o Ministério da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas. Entre 1934 e 1945, período em que Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil.
Celebrando os 80 anos do Iphan
A 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade faz homenagem aos 80 anos de uma das mais longevas instituições públicas brasileiras e a primeira dedicada à preservação do patrimônio cultural na América Latina, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Ao longo dessas oito décadas de atuação do instituto, a política nacional de patrimônio foi expandida e se relaciona hoje com diversos campos como gestão urbana, gestão ambiental, direitos humanos e culturais – atuando desde o poder de polícia até a educação, formação profissional e pesquisa, e crescente envolvimento internacional.
O maior envolvimento do Iphan ressignificou sua existência e ganhou maior capilaridade, estando o Instituto presente em 27 Superintendências Estaduais, 26 Escritórios Técnicos, dois Parques Nacionais e cinco Unidades Especiais.
Nesses 80 anos de atividade foram tombados 87 conjuntos urbanos, o que implica em cerca de 80 mil bens em áreas tombadas e 531 mil imóveis em áreas de entorno, já delimitadas) e três estão sob o tombamento provisório. Nessas áreas, o Instituto atua e investe recursos, tanto direta –na forma de obras de qualificação– quanto indiretamente –por meio de parcerias com outras instituições municipais e estaduais–, além do PAC Cidades Históricas e dos Planos de Mobilidade e Acessibilidade Urbana.
Além disso, o Iphan tem sob sua proteção 40 bens imateriais registrados, 1.262 bens materiais tombados, oito terreiros de matrizes africanas, 24 mil sítios arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados (incluindo o acervo museológico), cerca de 250 mil volumes bibliográficos e vasta documentação de arquivo.
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